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terça-feira, 19 de março de 2024

Amilton Lourenço é destaque nas artes visuais e na música

 Amilton Lourenço é um artista nato, tanto para os pinceis como para a música. Nos últimos anos suas obras vêm ganhando destaque e dentro de alguns meses estará expondo no Museu do Louvre. Conheça mais sobre ele

Como descobriu a vocação para artes plásticas?

Desde o momento que pude segurar um lápis já fazia meus rabiscos, logicamente, toscos e infantis. Pequeno ainda, antes da idade escolar, vi desenhos acadêmicos que minha madrinha fazia à lápis e fiquei extasiado. Tentava fazer algo parecido até entender que precisava aprender as técnicas, o que veio quando tinha em torno de 13 anos.

 


Quem foram as pessoas que te influenciaram e incentivaram nas artes?

Em primeiríssimo lugar: meus pais: João Lourenço e Alice Gomes Lourenço. Tinha 10 anos, havia um professor chamado Rafael Silva, pintor reconhecido em Paranaguá, que iniciou turmas de desenho e pintura, através da Prefeitura. Meu amigo de escola (até hoje!) Julio Cristiano, conseguiu entrar e quando ele me falou, logicamente, quis ir também, porém as vagas eram limitadas e fiquei de fora. Iria tentar no ano seguinte, mas infelizmente o pintor faleceu naquele mesmo ano. Algum tempo depois, encontrei um encarte de revista sobre Instituto Universal Brasileiro, anunciando o inédito curso de desenho artístico e publicitário. Pra encurtar, meu pai fez um esforço pra pagar esse curso por correspondência para mim, apoiado pela minha mãe e ele até fez uma mesa de desenho. 

Foi através de cartas a cada 15 ou 20 dias que recebia apostilas e remetia de volta as provas e testes. Terminei e recebi um diploma, que guardo até hoje, bem como, vários desenhos da época. O detalhe: o curso não ensinava a pintar quadros, era desenho em suas variações, para o mercado publicitário. Pintar telas era tão distante que parecia impossível. Via telas e painéis dos pintores famosos e sonhava... Isso mudou depois do curso, pois, dominando melhor o desenho, tive o encorajamento para tentar nas tintas. Comecei com guache, como era comum. 


Ganhei umas tintas de um primo e fui arriscando no óleo, sem qualquer conhecimento do assunto. Claro que as primeiras pinceladas não foram lá essas coisas... Com a prática constante, muita pesquisa sobre técnicas, materiais e teoria, fui alcançando aos poucos o nível que me encontro hoje, mas tenho que dizer: várias vezes pensei em desistir. Hoje, tenho incentivo principalmente da minha esposa Erica e das redes sociais, que me dão estimulo para continuar criando, com destaque para você, Christian, que sempre compartilha meus posts no Facebook e Instagram.

Participou de quantas exposições?

Nunca participei de exposição... Houve um convite, mas não se concretizou. Estamos negociando para realizar uma individual, uma prévia da exposição que irá para a França, em um local ainda por definir, quem sabe, nas dependências da administração do Porto de Paranaguá.


Além de artista plástico você também é músico comente um pouco sobre esse talento musical.

Olha, daria um livro (risos)... Mas, vamos tentar resumir: Iniciei no violão aprendendo acordes com um conhecido que aceitou me dar aulas; me encantei quando vi uma banda de baile na época, chamada Painel Central: guitarras!!! Vieira, meu vizinho, perguntou se não me interessava por contrabaixo. Me apaixonei pelo instrumento. Fui aprendendo de ouvido mesmo. Logo surgiram as bandas de garagem (mesmo). Fui aprimorando e participei de festivais da canção, como musico acompanhante, em três alcançamos os primeiros lugares, num deles, gravamos uma faixa de LP. Muita coisa aconteceu, até que decidi dar um tempo com o contrabaixo, era 1997. Entrei na Guarda Portuária em 1987, trabalhando por escala, então, não conseguia parar em nenhuma banda: logo me substituíam. Abriu, em 2001 uma oficina de música para instrumentos de orquestra e tive meu primeiro contato com o violoncelo. 


A oficina não foi frutífera, em 2003 busquei um professor em Curitiba, Thomas Juskusk, musico da Camerata. Fiz aulas com ele até 2007, ano que me apresentei solo, abrindo para a Orquestra Sinfônica do Paraná no aniversário do Porto, em um palco montado no pátio do Palácio Taguaré, com a presença do Governador e secretários de estado, apresentação essa transmitida ao vivo em cadeia de rádio e televisão da Tv Educativa. Em 2006, 2008 e 2009 participei da Oficina de Música de Curitiba, onde toquei na Orquestra A e fiz aulas com professores de nível internacional. 

Nesse mesmo ano, ingressei na Filarmônica da Universidade Federal, sempre com o violoncelo e fiquei lá até 2009, tocamos em todos os teatros de Curitiba, em Antonina, Matinhos, Lapa, Pato Branco e Palotina. Em 2012 passei no vestibular da EMBAP, Composição e Regência, fiquei um ano e meio indo para Curitiba, mas acabei desistindo. Em 2017 veio a formatura em Licenciatura em Música. Montamos projetos para orquestra, juntamente com minha esposa Erica, meus amigos Rafael, Marilia, Bruno, Luciano e Sidney, em Paranaguá, (onde dirigi, arranjei e ensaiei) que tiveram vida curta: 2008 - Orquestra de Câmara de Paranaguá e 2015-16 OCFL – Orquestra de Câmara Filarmônica do Litoral, ambas chegaram a executar concertos em Paranaguá, destacando o concerto para orquestra e coro em dezembro de 2016, com os solistas Rudy e Marilia. 

Em 2015, toquei como musico convidado (dois concertos), na Orquestra Sinfônica de Sergipe, comemoração de 30 anos da ORSSE. Fui retornando aos poucos pro contrabaixo, por falta de espaço para tocar violoncelo em Paranaguá. Hoje estou sem banda fixa, tocando eventualmente com a Banda Pólvora.

 

 

Expor no museu do Louvre pode ser o maior sonho de muitos artistas plásticos. Quais são as suas expectativas para essa exposição?

Sim, é um grande passo. A expectativa é enorme, mas tenho meus pés no chão. Vou com humildade e buscando o que sempre busquei em minha vida: aprender, conhecer, ampliar horizontes. Não acredito no acaso, tenho consciência que temos uma força maior que nos ampara, e que, conforme aprendi e a vida me comprovou, tudo acontece de acordo com o que se semeia. Estou estudando francês, como um facilitador, pois, devemos estar preparados, mesmo sem saber o que pode acontecer, porque simplesmente, pode acontecer...




 

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