Fonte atendeu a população até 1914 |
Muitos prédios
históricos de Paranaguá se perderam ao longo de três séculos. Porém a primeira
obra pública construída na cidade, segundo os historiadores, ainda se mantém: a
Fontinha.
Também chamada
"Fonte de Cima", tem ela sua origem num olho d'água que serviu, há
séculos, a aldeia carijó localizada na baixada do antigo e desaparecido
"Campo Grande". Quando os moradores da Cotinga, chefiados por Domingo
Peneda, passaram para o continente, à margem esquerda do rio Taguaré (hoje
Itiberê), procuraram logo o chapadão onde se achava o "olho d'água"
usado pelos carijós.
Os anos iam
passando e a população aumentando e com isso era necessário um represamento da
água. Mas isso só veio acontecer, depois da chegada de Gabriel de Lara. Os vereadores em 10 de abril de 1655, se
mostraram favoráveis a limpeza do caminho da Fonte da Gambôa (como também era
chamada). Os primeiros povoadores deram esse nome porque o local da Fonte era
um curral indígena para a captura de peixes, que ficavam presos com a vazante
da maré. Os índios costumavam dizer: "vamos camboar” (pegar peixes presos).
Esse caminho
ficou pronto e limpo no dia 4 de abril de 1656 e passou a se chamar rua da
Fonte (hoje Conselheiro Sinimbú). Nesse ano de 1656, um grupo de vereadores
atuou no represamento da água em um reservatório, a fim de suprir a população,
que havia aumentado bastante. A obra
ficou a cargo de Roque Dias e João Gonçalves Peneda (este último era filho de
Domingos Peneda), ficando pronta em 30 dias.
Não
foi um trabalho perfeito. Em 1657, a Câmara entregou a obra a um pedreiro mais competente,
para construir o reservatório, fechado em forma de abóbada, tendo, na parede
fronteira ao rio, uma janelinha por onde um operário pudesse entrar para fazer a
limpeza interna.
Segundo o
contrato, o empreiteiro daria os escravos para conduzir as pedras, o saibro e a
cal, bem como colocaria a bica de pedra e os ladrões, para escoar o excesso
d'água. A obra ficou pronta em agosto de
1658 e até hoje, passados 355 anos, dez anos a menos que a idade de Paranaguá
continua firme na sua estrutura. Ela supriu as necessidades da população até
1914, ano que Paranaguá recebeu o serviço de água encanada nas residências
centrais. (Fonte de pesquisa: documentos históricos escritos pelo Dr. Rafael P. Pardinho).
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