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Fernando Amaro: Muito mais que um nome de Praça



Entre seus bens, o poeta deixou apenas livros


Fernando Amaro viveu apenas 26 anos, deixando um vasto acervo de poesias 

Não apenas uma Praça tradicional de Paranaguá ou uma rua curitibana ou tantos logradouros espalhados pelo Paraná. A denominação é pronunciada e seu significado está distante do conhecimento de muitos. 
As memórias das personalidades que marcaram a vida de uma sociedade são esquecidas ao longo do tempo. As gerações se sucedem sem saber que por trás do nome de uma rua ou praça existiu alguém que muito contribuiu para o progresso da cidade.
Fernando Amaro é um exemplo. Ele contribuiu para o progresso cultural de Paranaguá. Isso porque Fernando Amaro, apesar das dificuldades financeiras, foi uma grande esperança literária que a morte impiedosamente ceifou do litoral paranaense com apenas 26 anos.
Hoje a história literária do Paraná, o incluiu honrosamente como o primeiro poeta paranaense. Fernando Amaro, filho de Antonio Dyonísio de Miranda e de Anna Rosa de Miranda, nasceu em Paranaguá, em 24 de junho de 1831 (data presumida). Ainda menor foi residir em Morretes.


SUA VIDA
Pouco se sabe dos seus estudos. Exerceu a função de guarda-livros (contador) e de secretário da Câmara de Morretes. E assim, o seu currículo profissional limitou-se a essas modestas atividades. Sua vida não foi das mais fáceis, porém o seu espírito de luta, buscava o saber pela leitura, e o fazia em todos os momentos que não estava trabalhando. Lia até nos bancos da praça ou debaixo das árvores das ruas.
Lia tudo o que aparecesse do seu interesse. Recortava, colava ou copiava, juntando tudo num caderno, principalmente textos com mensagens poéticas, assim como a própria poesia, pois o acesso aos livros dos grandes poetas da época, não era rotineiro.
Devorava o que lia. Já dotado de talento poético e guiado pela pouca instrução e grande vontade de criar um nome todo seu, inspirou-se ao soletrar versos de alguns poucos poetas e escritores prediletos que as suas condições lhe oportunizaram.
Em Morretes e em Paranaguá, Fernando Amaro declamava seus versos em tardes festivas, que ele próprio organizava. Lia poemas na praça da cidade onde muitos o aplaudiam.
Hoje, na normalidade do ser, quem viveria nas condições que Fernando Amaro viveu, e seria o que ele conseguiu ser? A quem diga que Fernando Amaro era uma pessoa triste, talvez pela vida que passara. Outros já, o contrário, o distinguia como alguém feliz, alegre, comunicativo e muito sociável. Sempre trajado de forma elegante, chamava atenção de todos.
Como as coisas eram difíceis, e os meios de comunicação poucos, o que podia, ele fazia para divulgar os seus trabalhos, inclusive em Paranaguá e em Curitiba, através de Jornais, Folhetins e Almanaques periódicos.


Morte Prematura
        A 16 de novembro de 1857, a terra que lhe alimentava os cânticos o viu partir aos 26 anos de idade como um doloroso crepúsculo em pleno dia! Foi uma morte prematura.
Contam os livros que Fernando Amaro faleceu de congestão cerebral. Os registros citam o funeral como um dia de grande tristeza e movimento marcado por muitas homenagens. Foi um dos acontecimentos que mais atraiu pessoas na cidade de Morretes. Foi um aglomerado de pessoas no velório, “parecia a vinda de um anjo do céu”. Mas era apenas a partida de um poeta, do primeiro poeta paranaense que subia ao infinito, para juntar-se a tanto iguais. Entre seus bens, Fernando Amaro deixou apenas livros.
Mais tarde, em 1907, foi inaugurada a Praça que leva seu nome (Fernando Amaro) com coreto de madeira e uma lâmpada no meio, muito florida, sendo o principal ponto de encontro da sociedade parnanguara no início do século XX. A inauguração foi alusiva ao 50º aniversário do falecimento do poeta, na mais justa homenagem. Passados 104 anos de sua inauguração, a Praça Fernando continua sendo o principal ponto de encontro da sociedade, imortalizando o nome do seu mais celebre poeta. (Pesquisa e texto- Christian Barbosa).  

 Praça central imortalizou o nome do poeta


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