Na
escrita e na vida, já tem sido possível perceber os impasses que a crise do
capitalismo tem provocado na nossa relação com a natureza. Em Írisz: as
orquídeas, a escritora, professora e crítica literária paulistana Noemi Jaffe
enreda a história de uma bióloga fugitiva da guerra que desaparece deixando
diários nos quais é possível perceber sua arguta percepção da língua húngara,
da crise do comunismo e de sua relação com as orquídeas. A escritora curitibana
Julie Fank, em seu ainda inédito A história da cebola, escreve um protagonista
sem memória que se utiliza dos verbetes enciclopédicos sobre plantas para se
reconhecer e se reinscrever no mundo.
No
próximo sábado (26), Noemi Jaffe vem a Curitiba para uma mesa-redonda gratuita
e aberta a todos os públicos no Museu Paranaense (MUPA), com mediação de Julie
Fank. Durante o evento, as escritoras devem debater questões que atravessam
nossa vida hoje e dialogam com a literatura, a única pólvora possível para quem
escreve. Diante da situação de um mundo com os fósforos acesos para o conflito,
como isso perpassa nossa relação com as plantas e com a linguagem?
A
ação integra a programação geral do Programa Público “Se enfiasse os pés na
terra: relações entre humanos e plantas” que segue ativa até o mês de maio
deste ano no Museu Paranaense. O programa é formado por uma série de ações
artísticas, educativas e culturais, nas quais o público é convidado a
aproximar-se das múltiplas formas de vínculos entre seres humanos e seres
vegetais. Uma das ideias gerais do projeto é reafirmar a importância da cultura
imaterial, dos saberes ancestrais de pessoas enraizadas em seus territórios,
bem como da potência do museu enquanto espaço de relações. Por meio de
mesas-redondas, conversas, atividades práticas e ações artísticas, o projeto
tem como objetivo promover o encontro entre os sujeitos que carregam consigo
uma relação estreita com as plantas — das mais diferentes formas — e o público
do MUPA.
Para
conferir a agenda completa, acesse este link.
SOBRE
NOEMI JAFFE — Escritora, professora de literatura e de
escrita e crítica literária. Doutorou-se em Literatura Brasileira pela USP.
Publicou "O que os cegos estão sonhando" (Ed. 34 — 2012), "A
verdadeira história do alfabeto" (Companhia das Letras — 2012), vencedor
do Prêmio Brasília de Literatura em 2014, "Irisz: as orquídeas"
(Companhia das Letras — 2015), "Não está mais aqui quem falou"
(Companhia das Letras — 2017) e "O que ela sussurra", entre outros.
Desde 2016, mantém o Centro Cultural Literário Escrevedeira, em parceria com
Luciana Gerbovic e João Bandeira.
SOBRE JULIE FANK — Graduada em
Letras, mestra em Literatura Comparada pela Unioeste-PR, doutora em Escrita
Criativa pela PUCRS. É escritora, artista visual e diretora da Esc. Escola de
Escrita.
SERVIÇO
- Mesa-redonda “Letras em Fotossíntese”
com Noemi Jaffe
Mediação: Julie Fank
Sábado, 26 de março, às 15h
Para
assistir à mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação
dos lugares será realizada a partir de 14h30, por ordem de chegada, até
completar a capacidade do local.
O Museu Paranaense fica na Rua Kellers, 289, Alto São Francisco – Curitiba.
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