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quarta-feira, 24 de março de 2021

De volta às bancas, Zequinha visita pontos turísticos e museus


Quem cresceu no Paraná no final dos anos 70, início dos 80, deve se lembrar do Zequinha, um senhor careca, risonho, de gravata borboleta e maquiagem de palhaço, que nas figurinhas aparecia em diversas situações e atividades. O resgate do personagem – criado nos anos 20 para ajudar a vender uma bala – na época, foi feito pelo Governo do Estado do Paraná para ajudar a promover o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM). Agora, o artista plástico, ilustrador e desenhista Nilson Müller trouxe o icônico palhaço de volta em uma nova encarnação. 

Este não foi o primeiro contato de Müller com Zequinha, tendo comprado balas para colecionar as figuras em sua infância "a gente comprava, jogava a bala fora e ficava com a figurinha. A bala era muito ruim!", relembra rindo. Ele também foi o responsável pelo seu retorno em 1979. "Eu era desenhista comercial e trabalhava para praticamente todas as agências de Curitiba. E aí aconteceu uma coisa muito engraçada. Quando o governo do estado abriu a licitação para a concorrência, três agências me contrataram para fazer os estudos para o Zequinha", conta o ilustrador.

A agência que venceu, na época, era uma das três, fazendo com que a carreira de Nilson jamais se separasse de Zequinha. "Com esse trabalho eu me animei a começar a construir minha casa. Fiz os alicerces! Tanto que, no começo, eu chamava a casa de Solar do Zequinha", brinca. Mas não foi um dinheiro fácil: "fiquei quase maluco porque eram 200 figurinhas, né?"

Zequinha, o retorno

Recentemente um canal de TV fez uma reportagem sobre o Palhaço Zequinha. "Meu filho e minha neta achavam que iam falar de mim. Falaram do Zequinha, da campanha do ICM, mas não falaram do autor", conta Nilson. Mesmo sem o devido crédito, a matéria fez com que o personagem voltasse a ter interesse. 

Foi aí que começaram a planejar o retorno das figurinhas, começando do entrevero burocrático. "Foram verificar e não havia mais o domínio do personagem. Então, como eu fui o autor dos desenhos, consegui ficar com os direitos”, afirma.

"Tive que revisar as 200 figurinhas antigas para fazer o álbum, caneca, camisa, essas coisas. E desenhei outras 208 figurinhas, com as mesmas características do personagem", diz o artista. Nas ilustrações recentes, Zequinha aparece em uma série de novas situações, trabalhos e lugares, "dessa vez colocamos o Zequinha no mundo".

Alguns dos lugares em que Zequinha aparece são marcos turísticos curitibanos, como o Museu Oscar Niemeyer, o Museu Paranaense e, como não poderia deixar de ser, o Museu Casa Alfredo Andersen.


No Andersen

Desenhar o Zequinha no Museu Casa Alfredo Andersen é "um reconhecimento que eu, pessoalmente, tenho com o Andersen", revela Müller, que foi um dos discípulos de Thorstein Andersen, filho de Alfredo que assumiu a direção da Escola e encampou a campanha para que o museu em homenagem ao seu pai fosse criado. Por isso ele foi, também, o primeiro diretor do MCAA.

"Eu morava a uma quadra da Casa Alfredo Andersen e fazia entregas para a mercearia de meu pai. Um dia passei em frente à Casa e vi um quadro a óleo e fiquei louco. E depois fiquei sabendo que lá tinha um grupo de pessoas que iam lá e ficavam pintando. E acabei fazendo muita amizade com o Thorstein. Ele via que nós éramos dedicados e dava a máxima atenção para a gente. Dava as dicas", conta Müller.

"Ele comunicou muito essa maneira de observar as coisas e como fazer os traços com segurança. Isso marcou a gente. Por isso comecei a ser profissional desde cedo", finaliza o artista.

Álbum

Quem quiser adquirir o álbum de figurinhas ou do Zequinha pode acessar lojadozequinha.com.br e encomendar o seu. Encomendas também podem ser feitas via Whatsapp através do número (41) 9 8855-5734 – pedindo com jeitinho eles mandam as figurinhas de Whatsapp do Zequinha.

O álbum e os pacotes de figurinha também estão disponíveis nas melhores bancas de Curitiba.




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