O Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta a exposição “Rodrigo
Andrade – Pintura e Matéria”, que será inaugurada no dia 19 de abril, na Sala
2. São 46 obras, pela primeira vez em Curitiba, num significativo recorte da
trajetória singular do artista, um dos principais nomes da arte contemporânea
brasileira.
“A exposição de Rodrigo Andrade é realizada pelo Museu Oscar
Niemeyer no ano em que a instituição comemora duas décadas”, afirma a
diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika. “É impossível não se surpreender
com a extrema variedade do legado destes quase 40 anos de trajetória,
representada aqui em dezenas de obras, algumas em grandes formatos, num
conjunto que transmite inquietude e prazer visual”, diz Juliana.
A superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande
Pereira, lembra da variedade e da diversidade da arte disponível no MON, o que
torna o museu uma referência mundial. “Com a abertura dessa nova exposição, o
MON agrega ainda mais envergadura na curadoria de expoentes contemporâneos em
suas salas. Tenho certeza que o público vai gostar muito da potência do
trabalho de Rodrigo Andrade”, diz Luciana.
A curadora da mostra, Taisa Palhares, conta que o artista
começou sua carreira no final da década de 1970, expondo gravuras em uma
coletiva de alunos do ateliê do artista Sérgio Fingermann, que passou a
frequentar em 1977. “Entretanto, é na década seguinte, já integrante do
importante coletivo ‘Casa 7’, que seu trabalho ganha visibilidade”, informa.
Trajetória
Nos anos 1990, Rodrigo Andrade passou a realizar pinturas
com massas concentradas de cor em formas que sinalizam uma passagem da
figuração para a abstração. Essas pinturas, subtituladas “Goeldianas”, remetem
aos espaços densos do grande gravurista brasileiro e seus contrastes marcados
de luz e opacidade. Também apontam a tendência do artista em trabalhar os
limites entre figuração e abstração, o que marcaria sua trajetória até hoje.
Um núcleo importante da exposição reúne as telas “abstratas”
dos anos 2000, em que Andrade busca a redução da pintura a um certo grau zero:
formas geométricas feitas de massas de tinta que são diretamente aplicadas
sobre a tela. Esses blocos de cor sobre fundo branco trazem à tona a ideia de
composição como um jogo relacional entre as cores e o espaço (da tela e do espectador).
Por fim, numa terceira etapa, Andrade restitui a figuração
por meio da utilização de imagens fotográficas a partir da série “Matéria
Noturna”, realizada para a 29ª Bienal de São Paulo. Prevalece a materialidade
assertiva das pinturas anteriores, mas com o intuito de friccionar a noção de
representação. São paisagens que remetem também a locais vazios, mas ao mesmo
tempo densos de sentido. Como se o artista desejasse transformar a aparência
plana e descarnada do mundo das imagens em uma matéria latente de significados
prontos a extravasar a tela, como na grande pintura “A Chegada do Tsunami”.
A exposição termina com seus quadros mais recentes, nos
quais Andrade intensifica as relações entre cor, matéria e imagem, movendo-se
com certa fluidez pelos elementos de sua pintura, mas sem deixar de tensionar
seus limites.
SOBRE O MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado
à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná. A
instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e
internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de
grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com mais de
14 mil peças, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área
construída, sendo 17 mil metros quadrados de área para exposições, o que torna
o MON o maior museu de arte da América Latina. Os principais patrocinadores da
instituição, empresas que acreditam no papel transformador da arte e da
cultura, são: Copel, Sanepar, Grupo Volvo América Latina, Vivo, Grupo Focus e
Moinho Anaconda.
SERVIÇO - “Rodrigo Andrade – Pintura e Matéria"
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Sala 2
A partir de 19 de abril
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