Em homenagem à cidade mãe do Paraná, o Portal CORREIODOLITORAL.COM apresenta
um resumo de seus primórdios editado de um publicado no site do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Paranaguá foi fundada em 29 de julho de 1648, quando o
distrito foi elevado à vila, constituindo-se o município. Alguns registros da
época fazem referência à presença de portugueses e castelhanos residindo e
cultivando terras nesse território, desde 1548.
À primeira leva de colonizadores sucederam-se outras, que se
instalaram em todo o recôncavo, após terem entrado em contato com os indígenas
que habitavam a região. A povoação se deu por volta de 1550, na Ilha de
Cotinga, com o início da exploração de ouro no Brasil.
Mais tarde, Domingos Peneda liderou a chegada dos pioneiros
que se instalaram no território habitado pelos Carijó, construindo as primeiras
habitações e iniciando o comércio entre os portos de Paranaguá, Rio de Janeiro
e Santos.
Para os indígenas, a baía era o “Grande Mar Redondo”, na
língua tupi-guarani. A colonização originou-se da imigração de habitantes de São
Vicente e de Cananéia que, entre 1550 e 1560, se estabeleceram na Ilha da
Cotinga.
No local, formou-se um arraial e, entre 1575 e 1580, a
população começou a se estabelecer em terra firme, às margens do então rio
Tagaré ou Taquaré, atual rio Itiberê. Nessa época, foi construída a primeira
igreja, de Nossa Senhora do Rosário. A descoberta de minas de ouro na Serra
Negra contribuiu para o aumento da população, admitindo-se mesmo que dessas
minas tenham saído, em 1580, as primeiras amostras de ouro brasileiro para a
Corte Portuguesa.
Anos depois, os espanhois invadiram o local que passou a
chamar-se Baya de la Corona de Castilla, até que o bandeirante Gabriel de Lara,
retomou a região para a Coroa Portuguesa.
A vinda de novos habitantes, atraídos pela mineração,
atingiu seu ponto máximo em 1640, com a chegada de Lara, chefe do governo
militar do povoado, que era responsável pela defesa do território.
Para Portugal, Paranaguá possuía uma localização geográfica
de suma importância política e estratégica, pois se tratava de firmar o domínio
português contestado pela Espanha.
A criação do distrito de Paranaguá data de 1647 e, no ano
seguinte, o povoado foi elevado à condição de vila.
Nessa época, houve a instalação da Real Casa de Fundição de
Ouro, que cobrava o Quinto, ou seja, o imposto de 20% sobre o minério extraído
na região. Essa Casa de Fundição foi uma das primeiras do Brasil, instalada
antes do início da exploração do ouro em Minas Gerais.
Em 1658, com a construção de uma bica de pedra na fonte de
água, o núcleo urbano começou a se estruturar nas imediações da atual Igreja
Matriz e da Fonte Velha. No final do século XVII, a Ordem Franciscana chegou ao
local e os padres iniciaram a construção de um convento na entrada da vila.
Em 1711, a Coroa Portuguesa comprou dos herdeiros do
donatário Pero Lopes de Souza as terras que lhe pertenciam, criando a Capitania
de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, que alcançou grande evidência na
época.
A regulamentação da vida urbana na vila foi definida, em
1721, com a presença do ouvidor-geral da Capitania de São Paulo, Rafael Pires
Pardinho. Os 178 provimentos foram lidos para 115 moradores e tratavam de suas
relações com as comunidades vizinhas, como Antonina e Curitiba, além da
abertura e conservação de estradas, organização do sistema de defesa militar,
projeto para a construção da Casa de Câmara e Cadeia de Paranaguá, entre outros
atos administrativos.
Um novo cais de pedra foi construído em frente à Casa de
Câmara e Cadeia, o que possibilitou a expansão urbana para o local e o início
da urbanização da atual rua General Carneiro com seu casario – o Colégio dos
Jesuítas de um lado e o antigo Largo do Estaleiro do outro.
Para proteger a entrada da Baía de Paranaguá, começou a ser
erguida, a partir de 1767, a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha
do Mel.
Em 1842, a vila foi elevada à categoria de cidade. O
crescimento de Paranaguá deve-se, em parte, à chegada de imigrantes: os alemães
(a partir de 1829), os italianos (entre os anos 1871 e 1872, quando muitos se instalaram
nas terras junto à Serra da Prata, onde criaram várias colônias no local onde
está o atual distrito de Alexandra), e as várias famílias polonesas que
ocuparam terras na colônia Santa Cruz (em 1896).
Durante o movimento que resultou na Proclamação da
República, muitos habitantes locais participaram e fundaram o Clube
Republicano, em 1887. Na primeira metade do século XX, foram construídas as
docas do Porto de D. Pedro I – com 450 metros de cais acostável – e a cidade
passou a figurar entre os principais portos brasileiros.
Breve comentário ao registro do Iphan: A história dos
africanos que vieram como escravos e dos negros em diversas épocas só agora
está começando a ser contada. A história dos povos ancestrais, as diversas
etnias indígenas, nem isso. Infelizmente, os registros oficiais ainda
reproduzem uma visão exclusivamente branca e eurocêntrica.