“Essa exposição coroa o belo trabalho que vem sendo feito
pela direção do MUPA nos últimos três anos: o movimento necessário de se
aproximar dos povos que estão na origem de nossa cultura e do público. Acredito
que o MUPA é uma das instituições brasileiras que faz isso com maestria”,
afirma a superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.
O primeiro eixo, chamado de Deslocamentos por dentro, propõe
um mergulho na história de algumas das diversas comunidades que formaram o
Estado do Paraná. Desde migrantes relacionados a deslocamentos ocorridos ao
longo do século XX, como ucranianos e alemães, passando por migrações
contemporâneas de venezuelanos e haitianos; exílios indígenas, como o
emblemático caso da etnia Xetá e comunidades quilombolas.
Já o segundo eixo, chamado de Deslocamentos pela margem, é
inteiramente dedicado à cultura caiçara. Nele, os visitantes poderão se
aproximar dos aspectos relacionados às relações ecológicas, à musicalidade, à
religiosidade e festividades das comunidades caiçaras, bem como dos
conhecimentos ligados aos saberes e fazeres artesanais dessa população
tradicional que habita o litoral paranaense.
A proposta é levar ao público os depoimentos de imigrantes,
de seus descendentes e representantes ou membros das comunidades tradicionais.
Todos os depoimentos foram gravados durante seis meses de trabalho de campo em
Curitiba, Ponta Grossa e no litoral paranaense por um grupo multidisciplinar,
formado por cineastas, jornalistas e pesquisadores acadêmicos, em conjunto com
a equipe do Museu. Ao longo das gravações, a equipe posicionou as pessoas
entrevistadas como protagonistas nos relatos de suas próprias histórias de
vida. Estes depoimentos, que estreiam publicamente pela primeira vez na mostra,
passam a compor o acervo do MUPA; resultado do compromisso assumido pela atual
gestão de ampliar e atualizar o acervo do museu.
Visitando a mostra, será possível perceber um panorama da
complexidade de experiências nos deslocamentos físicos e simbólicos das pessoas
que ajudaram a formar o Estado, além de conhecer a riqueza e os desafios que se
colocam ao modo de vida caiçara. São indivíduos que narram suas experiências.
Essa metodologia adotada reforça a recente atuação no MUPA de entender a
instituição como um espaço de relações, a fim de aproximar o Museu da
comunidade.
Para conectar os dois eixos da exposição, que tratam de
assuntos complexos e diversos entre si, a curadoria utilizou o vento como
metáfora. Na cultura caiçara, o vento é norteador para pensar toda a relação
deste povo com seu território e modo de vida. O vento também remete ao
movimento e à mudança, dois aspectos centrais quando pensamos em deslocamentos.
Essa metáfora perpassa todos os textos, os depoimentos e se traduz nos vídeos
das paisagens.
Acessibilidade
Os vídeos da exposição serão disponibilizados também com tradução em LIBRAS. O
material poderá ser acessado através de QR Code na exposição e através do site
do MUPA.
A exposição "Nosso estado: Vento e/em movimento"
foi viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Banco Bari,
Instituto Barigüi, Grupo Barigüi, Compagás, Banco Regional de Desenvolvimento
do Extremo Sul (BRDE), Sanepar e Copel.
Serviço
Exposição “Nosso Estado: Vento e/em movimento”
Mostra de longa duração no Museu Paranaense.
Abertura terça-feira, dia 14 de junho, às 19h com participação do Grupo
Mandicuera (Aorelio Domingues, Poro de Jesus e Zeca da Rabeca)
O MUPA está na Rua Kellers, 289, São Francisco - Curitiba.
Entrada gratuita. www.museuparanaense.pr.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário